Nas águas turvas
Do tempo
Eu lutei.
Por mais que faça
Ou que tentem fazer-me,
Pouco adianta.
A minha sina
É morrer.
Todos os dias
Morro um pouco.
Dia após dia
Sinto a vida a fugir
Como se tivesse
Medo de mim.
Há muito, vivo nas trevas
Donde não mais sairei
São trevas sem fim,
Onde por engano entrei
Que hei-de fazer,
Senão aguardar a minha hora..
Só não queria
Fazer sofrer
Aqueles que me adoram.
Dói-me de duas maneiras,
Uma delas, é o que sofro.
Outra o que faço sofrer
Tentando fazer o melhor
Acabo por fazer o que não devia fazer.
E nas águas turvas do tempo,
Tempo que com o tempo vai passando
Nas trevas me deixando
Sempre com o meu tormento
E o meu sofrer.
Natália/6/2/94